Abuso na Igreja. ‘Priorizar o apoio às vítimas’

O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, disse que a prioridade de apoio às vítimas de abusos na Igreja Católica está “consolidada e comprometida”.

Na semana em que soube que estavam concluídos 8 dos 61 pedidos de compensação financeira, Dom Rui Valério sublinhou que “estamos a seguir este caminho e estamos a fazê-lo com participação e dedicação.

“A prioridade do apoio às vítimas está consolidada e assumida. A misericórdia, a solidariedade, são o caminho certo”, durante as comemorações do aniversário de D. Manuel Clemente, realizadas esta quarta-feira na Sé de Lisboa, anunciou o patriarca aos jornalistas.

O Grupo Vita, órgão criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para monitorizar as vítimas de abusos sexuais de menores, apresentou terça-feira o seu terceiro relatório.

A divulgação do abuso ocorre em média 43 anos depois

Além dos pedidos de compensação financeira, a coordenadora do Grupo Vita, Rute Agulhas, disse que a maioria dos casos de abuso ocorreu nas décadas de 1960 e 1980, e os depoimentos relativos a casos mais recentes desde 2000 serão entre três e quatro.

Como disse Reina Sensa, Vita identificou até agora 118 vítimas de violência sexual (mais 13 do que em Junho de 2024) e um leigo que cometeu tais crimes no contexto da Igreja. Recebeu também 61 pedidos de compensação financeira. Destes, oito procedimentos foram concluídos com base em entrevistas com as vítimas.

Em comunicado esta quarta-feira, o Patriarca de Lisboa prometeu “solidariedade, compreensão e disponibilidade para ouvir e ajudar quem sofre”.

Dom Ruy Valério falou ainda dos “atrasos e aparente lentidão” no processo de encerramento, sublinhando que todas as entidades e comissões estão “empenhadas” em concluir o processo de contestação e acordo.

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D. Rui Valério quer que a América sob Trump “adote um caminho humanitário”

D. Rui Valério também fala de Donald Trump. O bispo fez eco às palavras do Papa Francisco, pedindo ao presidente dos Estados Unidos que a sua missão seja “guiada pela busca da paz”.

O Patriarca de Lisboa apela aos Estados Unidos para que se tornem aquilo a que o mundo está habituado, “um foco de humanismo, um lugar que valoriza permanentemente a dignidade humana, um lugar onde a liberdade é o valor principal”.

Rui Valério espera que os Estados Unidos “adotem um caminho humanitário” sob Trump.