A taxa de vacinação na prisão ultrapassa 91%, mas Vara foi libertada devido à “Nova Lei da Coroa”

Nuno Vega/Lusa

Ex-ministro Armando Vara fala aos jornalistas à porta da prisão de Évora

Para surpresa dos meios políticos e judiciais, o governo manteve a ordem de indulto permitindo a libertação dos presos que ainda não cumpriram as penas, apesar de mais de 91% da população carcerária ter sido vacinada contra a Covid-19.

Em julho, a pedido da Comissão de Assuntos Constitucionais, o Conselho Superior de Justiça e o Conselho Superior do Ministério Público concordaram em extinguir o sistema especial de indulto nos pareceres submetidos ao Parlamento sobre PSD e PSD. Proposta do CDS.

Segundo o Público, o Parlamento também procurou pareceres da Ordem dos Advogados na altura, mas ainda não se pronunciou.

CSM vê cancelamento de proposta de perdão está certouma vez que a situação “já não se justifica por razões de saúde pública”.

O CSM sublinha que “é preciso concluir que já não há fundamento para a manutenção de um regime de exceções absolutas”, acrescentando que acabamos por ficar com um regime que “aumenta as dúvidas interpretativas que suscita na sua aplicação” alguma controvérsia Existem diferenças no tratamento dos prisioneiros, mesmo em circunstâncias essencialmente idênticas. "

O Conselho Superior do Ministério Público considerou que “o Procurador-Geral da República não deve tomar posição sobre opções políticas”, mas acabou por admitir que, sendo um regime especial, não acredita que “há direitos que devam ser garantidos em qualquer do ponto de vista dos direitos do pessoal penitenciário", questões importantes, Nada pode impedir a alocação sua eficácia”.

No entanto, a PGR considera que a decisão de revogar o regime especial de indulto deverá “com base em dados específicos Isto permite avaliar convenientemente o maior ou menor perigo que uma nova entrada num estabelecimento prisional pode representar para o pessoal prisional e, nessa medida, avaliar se ainda existem as razões sanitárias e humanitárias em que se baseia a lei”.

Telmo CorrêaO líder parlamentar do CDS considera um absurdo que o perdão continue a ser válido, dizendo: O tráfico de influência não deve ser um alvo perdão, especialmente porque o governo aprovou recentemente uma vasta gama de medidas anti-corrupção.

dúvida pública André Coelho LimaVice-presidente do PSD, sobre se o adiamento do debate parlamentar sobre a extinção das medidas de clemência indica intenções a favor de Armando Vara. “Isso é pelo menos um coincidência extremamente infeliz. E extremamente coincidente”, respondeu ele.

Armando VaraO antigo ministro socialista e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi libertado na segunda-feira da prisão de Évora depois de cumprir dois anos e nove meses de prisão.

No caso Face Oculta, Vara foi condenada a cinco anos de prisão. O Conselho Superior da Magistratura emitiu um comunicado do Tribunal de Execução de Penas de Évora justificando a libertação e perdoando o restante da pena.

Ex-ministro continua declarar-se inocente. “Estou cumprindo pena de dois anos e nove meses por um crime que não cometi”, disse ele aos repórteres no portão da prisão.

Siga o ZAP no Whatsapp