“A pobreza e a desigualdade continuam a aumentar em Portugal: em 2020, o número de pobres aumentou para 1.894.663, o número de trabalhadores pobres atingiu 539.179, e entre 2020 e 2021, o risco de pobreza ou exclusão social aumentou de 20% para 22,4%. % Aumento da desigualdade”. Essa conclusão vem de um estudo realizado por Eugênio Rosa.
Segundo o INE, o limiar de pobreza em 2020 é de 6.653 euros, mas se dividirmos este valor por 14 meses, obtemos apenas 475,2 euros por mês, relata o The Economist. “Em 2020, se uma família – trabalhadora, reformada, etc. – ganhar mais de 475,2 euros por mês (considerando 14 meses), deixa de ser considerada pelo INE como estando em risco de pobreza, mesmo que sejam apenas dois. ou mais três euros”, “aqui vemos a relatividade e a falta de consistência em muitos dos números oficiais que aparecem na comunicação social, que são factos absolutos e inquestionáveis”, acrescentou.
Indo um passo mais longe: Dado que o limiar de pobreza corresponde a 60% do rendimento médio do agregado familiar, conclui-se que em 2020 a mediana era de 792€ (14 meses). Eugénio Rosa disse que isto significa que em 2020, metade dos agregados familiares portugueses tinha um rendimento mensal inferior a este valor e a outra metade superior. “Não é surpreendente que continue a haver uma enorme pobreza no país.”
Pensionistas e trabalhadores afetados
Segundo o estudo, 2.368.329 portugueses viviam na pobreza depois de pagarem pensões em 2020, mais 115.638 do que em 2019. “Há também o apoio social, criticado pela extrema-direita e por Rui Río por alimentar muitos portugueses que não querem trabalhar e por tirar 473.666 portugueses da pobreza extrema. Em 2020, segundo o próprio INE, depois de deduzidas todas as transferências sociais (pensões e diversos apoios sociais), há ainda 1.894.663 pessoas a viver na pobreza no nosso país entre 2019 e 2020. Em apenas um ano, o número de pobres aumentou 228.289 (+13,7%), o que mostra que o número de pobres no nosso país está a aumentar rapidamente”.
Para quem trabalha, a situação já não é animadora. Em 2020, 539.179 trabalhadores empregados estavam em situação de pobreza, o que, segundo ele, mostra que “em Portugal, o emprego nem sempre significa que não se é pobre porque os seus salários são baixos”.
Os economistas também acreditam que o desemprego é uma causa importante da pobreza. Em 2020, 46,5% dos desempregados (278.256 pessoas) viviam abaixo da linha da pobreza. Isto porque apenas 40 em cada 100 pessoas efectivamente desempregadas recebem subsídios de desemprego.
Chama também a atenção para o facto de a pobreza estar distribuída de forma desigual pelo país. “A pobreza é muito desigual, com uma taxa de pobreza muito mais baixa na área metropolitana de Lisboa (16,9% da população em 2021) e uma taxa muito mais elevada na Região Autónoma da Madeira, com 28,9% da população já em situação de pobreza em 2021. "