Sofia Ramos surge no CCB com disco de fado que fala de trânsito
Sofia Ramos começou a cantar Fado em 2014. Ela lançou seu álbum de estreia 10 anos depois, dizendo “foi uma coincidência”. Entre outras coisas, em 2017 venceu o concurso “O Meu Fado” no grupo Renascença Multimédia Rádio Sim. O prêmio então a levou a um “ponto de virada”. “Pensei: OK, acho que sei o que fazer. Posso fazer isso, vida!”
Fez disso carreira e passou muito tempo em casas de fado, onde canta desde então. Agora sobe ao palco do Centro Cultural de Belém (CCB), onde apresenta no dia 22 o seu álbum de estreia “Tudo que eu não sei”.
Entrevistado por Ensaio Geral e reavivamento, A fadista explica que o disco é fruto de muita aprendizagem e que reflete o seu perfil e trajetória. “Acho que é um bom álbum demo e, de certa forma, é quem eu sou”, disse ele.
Ele admite que o título do álbum foi escolhido com cuidado. Eu não queria que o álbum fosse intitulado com o nome dele. “Quero que você diga uma coisa. Sinto que às vezes duvido muito de mim mesmo. Não é que eu não saiba fazer as coisas porque sei que posso fazê-las, mas duvido de mim mesmo porque sempre há algo em mim. Algo que pode ser melhorado ou aprendido.”
Quando questionada sobre o que canta, Sofia Ramos explicou que são “coisas” que lhe interessam e que gosta de falar. “Como o trânsito!” Mas também “um tema típico de qualquer fadista, como uma relação que não funciona porque a outra pessoa não entende o modo de vida”.
Sofia Ramos emprestou a voz a 12 músicas de um álbum, seis das quais são fado tradicional. “São versos e fados que canto há muito tempo, mas também há algumas novidades e coisas que pedi especificamente para este álbum”, explica a fadista.
Sofia Ramos pediu ao seu círculo de amigos e colegas fãs de fado algumas letras. “Tenho quatro peças de fado tradicional com letras escritas por outros fadistas. Marta Rosa, Terezinha Landeiro, Rodrigo Costa Félix e Carlos Leitão”.
Sofia Ramos considera-os amigos. “São pessoas com quem convivo. Gosto muito do trabalho deles, somos amigos e faz sentido perguntar a essas pessoas porque são pessoas com quem tenho uma ligação.”
Mas o álbum também contém pedidos mais pouco convencionais do Fadoverso. O comentador desportivo renascentista Francisco Guimarães foi outro autor que assinou uma das cartas.
“O seu tema tradicional é ‘Fado Três Bairros’, composto por Francisco Guimarães, que apesar de não ser fadista, era fã de Fado no sentido de não cantar e muitas vezes aparecer na noite de fado”, explica.
Para a actuação marcada para as 20h do dia 22, no Centro Cultural de Belém, a fadista admitiu sentir-se “responsável”. Sofia Ramos explica que há uma diferença entre cantar numa casa de fados ou estar no palco.
“Cantava quase todos os dias em casas de fado e habituei-me muito. Um concerto, embora tenha achado que conseguia ficar mais confortável em palco – às vezes até demais porque comecei a falar muito – mas senti que é um espaço maior. responsabilidade de que as pessoas vão lá especificamente para me ver.”
No palco do CCB, Sofia Ramos será acompanhada pelo guitarrista português Bernardo Couto, o guitarrista de fado Pedro Saltão, o contrabaixista Francisco Brito e o guitarrista eléctrico André Santos será convidado como convidado.