Paul Rangel diz que situações em Moçambique e na Venezuela são ‘completamente diferentes’
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, representará Portugal “com grande sentido de responsabilidade” na tomada de posse do novo presidente de Moçambique, Daniel Chapo, rejeitando comparações com a situação na Venezuela.
Em declarações à SIC Notícias, o chefe da diplomacia portuguesa sublinhou que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o governo “entendem que esta é uma representação adequada”.
Sobre as críticas à oposição parlamentar, Paulo Rangel considera que estas afirmações “esquecem completamente a posição do governo português desde as eleições de 9 de outubro em Moçambique”.
“O governo sempre condenou todos os actos de violência, sempre apelou veementemente às autoridades moçambicanas para não reprimirem as manifestações, garantirem a segurança dos candidatos e sempre apelou veementemente à reconciliação nacional”, sublinhou o Ministro.
Paulo Rangel considera que a posição do governo português é “muito moderada, muito equilibrada, e o principal objectivo é garantir que as forças políticas em Moçambique possam dialogar e criar uma situação estável e normal que traga novamente prosperidade ao povo de Moçambique”.
Portugal não compareceu à posse do presidente venezuelano Nicolás Maduro na semana passada em meio a acusações de fraude eleitoral.

O ministro das Relações Exteriores escusou-se a comparar a situação em Moçambique e na Venezuela.
“A situação na Venezuela é completamente diferente. Há provas objectivas de que os resultados eleitorais produziram outro vencedor, o que se reflecte na declaração da UE divulgada na sexta-feira. Ele acredita que o candidato que foi declarado vencedor não quis abrir um diálogo político com a oposição.
Paulo Rangel acredita que “este não é o caso de Moçambique”, embora reconheça que “houve grandes dificuldades e certamente irregularidades no processo eleitoral”.
“Mas não sabemos qual será o resultado… Temos que aceitar os resultados anunciados. A chave é que o diálogo possa acontecer e o que nos interessa é que este conflito possa ser superado”, disse o chefe da diplomacia. disse.
O ministro lembrou que existem dezenas de milhares de portugueses e mais de 400 empresas em Moçambique, sublinhando que, no que diz respeito à Venezuela, “a comunicação com a comunidade portuguesa foi reforçada”.
Paul Rangel disse que as situações políticas nos dois países são diferentes. “Há uma diferença clara, que é que os poderes que chegam ao poder estão dispostos a dialogar com a oposição e a dialogar com a oposição. Uma situação não tem nada a ver com a outra, embora muitos queiram assimilar Até agora enfatizou que sempre cuidamos de muitos portugueses (imigrantes).