Alexandra Leitão – Expresso
Pedro Nuno Santos escolheu o seu líder parlamentar para a luta autárquica mais importante – Lisboa.
Esta decisão será muito difícil, o que só se tornou claro nos últimos dias, e assenta em dois pressupostos – as sondagens de opinião e a expectativa de que os partidos possam formar uma ampla coligação de esquerda.
Esta é a escolha certa? A resposta é sim, assumindo que Alexandra Leitão foi sempre a única candidata possível a concorrer nestas eleições.
Candidatei-me a prefeito duas vezes. Na primeira eleição, se tivesse havido inquérito, ele não teria saído sem bons resultados. Na noite das eleições, a RTP declarou-me vencedor, mas ainda faltavam alguns votos.
Para mim, foi essa experiência que determinou os critérios de escolha do resultado. 1° Um candidato deve querer ser presidente, lutar constantemente para vencer e comer grama; 2ª Um candidato vencedor deve partir do seu próprio território político, solidificá-lo, mas usar as táticas e a linguagem corretas para se arrastar para o território dos seus oponentes; 3° Os candidatos não podem falar sobre todos os temas, não mais que três ou quatro; 4° Um candidato não pode sentar-se no topo da lista e esquecer quem tem os votos dentro e fora do seu partido e grupo, não pode mobilizar-se, ouvir; 5 graus O candidato não tem linguagem de grupo ou estilo militar, mas sim a capacidade de adaptar o que diz ao que as pessoas querem ouvir.
Ora, Alexandra Leitão provém da chamada ala esquerda do Partido Socialista e desempenha um papel de liderança militante no parlamento, e as suas características pessoais e políticas não faltam para satisfazer cada um dos critérios que apontei acima.
A resposta popular à nomeação do Partido Trabalhista foi radical, até mesmo fanática. Alguns acreditam que a eleição foi um fracasso dada a história, enquanto outros acreditam que os candidatos estão a mobilizar-se. Fico com a esperança de que possamos ter.
Lisboa é muito importante, mas os candidatos da oposição não recebem mais do que meia dúzia de reportagens e notas de rodapé nos noticiários diários. Já o atual presidente terá trabalho para mostrar, mesmo que não seja dele, terá publicidade para fazer, dará subsídio a cada cão e gato, trará medalha para cada santo que ele apoia.
O pequeno Calimero chorava, dançava, dançava, tentando tornar-se no artista mais importante da elite que aceitava Montenegro mas não gostava das camisas que comprava na Feira de Espinho.
Alexandra sabia aprender, mas isso não bastava. É importante que você saia da prateleira do professor e se rebaixe ainda mais do que nos últimos meses. Em vez de usar o punho levantado, escolha o seu sorriso como bandeira. Edite Estrela pode até lhe fornecer alfinete Feliz Cidade foi a bandeira da década.
Alexandra agora tem seu carro. Um 4×4 de alto desempenho que pode subir todas as colinas e descer todos os penhascos com conforto. Vocês sabem o que está em jogo e não se esquecem de que, para implementar políticas de centro-esquerda, não se pode alienar o centro-direita.