Governo avança com central de dessalinização do Algarve sem esperar pelos tribunais Água |
Segundo o Ministério do Ambiente, não existem processos judiciais que possam impedir a construção de uma central de dessalinização offshore na cidade de Albufeira. Comentando os três processos de impugnação que estão a ser apreciados pelo Tribunal, Maria da Graça Carvalho, Ministra do Ambiente e Energia, reiterou que “a decisão do Tribunal não tem carácter suspensivo no PRR (inserir)”.
Os trabalhos de exploração geológica começaram segunda-feira no âmbito de um contrato de 108 milhões de euros assinado com um consórcio de empresas luso-espanholas em outubro passado. A central de dessalinização ficará localizada perto da Praia da Rocha Baixinha, na cidade de Albufeira.
“Primeiro assinaram o contrato de construção, e agora vêm fazer levantamentos geológicos para verificar se o terreno pode ser instalado com equipamentos”, disse ao PÚBLICO Albida Ferreiro, proprietária do terreno expropriado. As máquinas chegaram na sexta-feira e o trabalho deveria durar de duas a três semanas, disse ele.
Idálio Revez
Actualmente correm três processos em tribunal: uma impugnação da declaração de utilidade, um processo de “execução indevida de aquisição de terreno” e um terceiro processo relativo a uma declaração de impacte ambiental (EIA). Ainda assim, a ministra sublinhou que as obras vão continuar: “Mesmo com estas condições, vamos continuar as obras”, disse aos jornalistas Maria da Graça Carvalho, no domingo, após a inauguração da ponte para a ilha de Faro.
Os destaques dos projectos financiados pela comunidade planeados no Algarve incluem a ligação do Pomarão (Rio Guadiana) ao sistema de abastecimento público e ao sistema de barragens da região, e a construção de uma central de dessalinização junto à praia da Falésia, em Albufeira.
Maria da Graça Carvalho disse que a execução destes projetos “não foi adiada”. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para acabar com esta situação até 2026”, assegurou.
A Plataforma para Água Sustentável (PAS) questionou que do ponto de vista ambiental, as usinas de dessalinização “deixam um rastro de destruição”. biodiversidadea vida marinha e a qualidade da água do mar, bem como as áreas marinhas protegidas, nomeadamente o Parque Natural da Pedra do Valado e a Ria Formosa.
Os ambientalistas sublinharam que o dispositivo “representa completamente uma política deficiente na gestão do território”. Afirmaram que, até ao momento, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tem “preferido aprovar projetos altamente prejudiciais ao ambiente a promover e implementar tecnologias que facilitem a recarga dos aquíferos”.